sábado, 2 de junho de 2018

Dinâmica entre a realidade e a ficção em “NOVE NOITES” de Bernardo Carvalho


UFC – UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (Departamento de Letras Vernáculas).
Dinâmica entre a realidade e a ficção em NOVE NOITESde Bernardo Carvalho

Assuério Marcos Alves (2017)
(Graduado em Letras Português)

Fortaleza-CE, 23 de Maio de 2017.


Resumo:
Este ensaio-portfolio, que faz parte da ultima atividade da disciplina de Literatura Brasileira IV, pretende mostrar a fantástica habilidade de Bernardo Carvalho em seu romance “Nove Noites”, onde o autor traça uma dinâmica altamente admirável entre a realidade e a ficção. O narrador, que aparece como jornalista, mantém o seu leitor sob seu domínio no decorrer da produção, em uma busca obcecada pelo desvendamento da morte de seu amigo Buell Quain. Apesar deste controle do autor, de alguma maneira, vez ou outra, o leitor se perde frente a sua expectativa pelo desfeche da obra. Os interlocutores que contracenam, parecem às vezes inseguros de suas convicções, cambaleiam entre a verdade e a mentira, entre a realidade e a fantasia, entre o medo e a esperança, culminando nos mais efetivos questionamentos sobre a morte e seus efeitos posteriores.

Palavras-chave: Realidade, Ficção, Vida, Morte, Suicídio.

Abstract:
This portfolio-essay, which is part of the last activity of the Brazilian Literature IV course, intends to show a fantastic ability of Bernardo Carvalho in his novel "Nove Noites", where the author brings a highly admirable dynamic between a reality and a fiction. The narrator, who appears as a journalist, keeps his reader under his control, is not a producer of the production, in a search obsessed with unraveling the death of his friend Buell Quain. This control makes the author, somehow, at one time or another, the reader gets lost in the face of his expectation of joblessness. The interlocutors who appear, sometimes seem uncertain of their convictions, stagger between a truth and a lie, between a reality and a fantasy, between fear and a hope, culminating in the most effective questions about a death and it’s after effects.

Key-words: Reality, Fiction, Life, Death, Suicide.


INTRODUÇÃO:

A literatura é, não somente o transporte que espera o leitor na próxima estação para uma viagem terrestre, aonde o ambiente físico vai passando e deixando suas impressões pelas janelas enquanto a maquina desliza sobre os trilhos em direção prevista, ou até a parada em que o maquinista envia um aviso de que chegou ao fim da linha, e que todos devem deixar os vagões, mas é, metaforicamente, uma aeronave espacial que está a espera de seus tripulantes para uma viagem ao espaço, ao universo, ao indizível, ao inenarrável e ao sonho de cada leitor. É assim que se concebe a literatura! Ela existe para dizer muito em dizer nada; o escritor não necessita de palavras para dizer o que deseja, a ficção fala muito quando parece não dizer coisa alguma, seu sentido não faz sentido, mas é bem ai que está todo o sentido. Tudo parece se estabelecer em cima da incerteza e da instabilidade dos fatos. O narrador segue em busca da verdade que, aparentemente, é encoberta por algum motivo e, isso, torna a leitura mais excitante porque, quanto mais o leitor aproxima-se desta verdade, perde-se dentro dela e torna-se mais apaixonado pelo desfecho que espera. Apesar das incertezas, há, no fundo, uma esperança de que a verdade se estabeleça e, é esse, o combustível que fará com que a aeronave percorra por todo o universo do mundo literário pós-modernista em Nove Noites.
Essas escrituras narradas pelo jornalista levam o leitor a uma trepidação durante o voo, as vezes, parece que vai culminar em um grave acidente aéreo e que, a partir dali, não será mais possível a historia ser continuada, no entanto, os passageiros são salvos pela ultima página do romance quando descortina-se a historia e mergulha-se, efetivamente no plano invariavelmente literário, traçando um limite quase que invisível entre a realidade e a ficção.

1.      Uma visão crítica da sociedade.

Carvalho consegue reproduzir neste romance, um paralelo sobre questões etnológicas e polêmicas tais como: alteridade, o respeito as diferenças, superioridade e inferioridade entre os seres humanos etc. Ele poderia ter colocado sua visão sobre todas estas coisas, mas preferiu coloca-las em uma bandeja nas mãos do leitor, de uma forma bem misturada com questões sociais de ordens diferentes, a fim de que fossem refletidas e sentidas pelas pessoas de sua sociedade.
Apesar de “Nove Noites” ser visto como uma critica social, foi muito bem aceito, caiu no gosto da maioria dos leitores e passou a ser visto como um romance culto. A trapaça que há no desenrolar do romance parece ser a essência que cativa o leitor, apesar da péssima sensação de que tudo será perdido, ele sempre estará pendurado pela masmorra que ancora a tese de que tudo será resolvido em algum momento.
Carvalho utiliza um jogo de linguagem que vai prendendo o leitor às suas artimanhas, aos sinais de que não está em plena sanidade, expectativas sobre a verdade deixada nas narrativas do narrador morto, seu amigo suicida Buell Quain.

2.      A narrativa

O romance inicia-se com o depoimento de Manoel Perna, escrevendo a um destinatário, e contando-lhe fatos sobre as ultimas cartas deixadas por Buell Quain, que estavam de posse do engenheiro, dos quais ele nunca imaginou que saberia em sua vida. O dialogo se estabelece entre o locutor e o interlocutor, apenas através de um bilhete que, possivelmente, era um indício de que a verdade finalmente seria revelada a quem de direito.
Percebe-se, através da narrativa, que o interlocutor é um ser misterioso a quem se destinava uma missiva resolutiva sobre o caso de suicídio ou do crime do Dr. Quain:

"Vai entrar numa terra em que a verdade e a mentira não têm mais os sentidos que o trouxeram até aqui. Pergunte aos índios" (CARVALHO, 2002, p.7).

Os personagens que envolvem o cenário diretamente, causam ainda mais a impressão de duvidas sobre as afirmativas, uma vez que trata-se de índios desconfiados, encurralados, sem terem a certeza de que são amigos ou inimigos dos brancos. O espaço torna-se um ambiente escorregadio, instável, amedrontador, uma mistura de vivencia social comum ao tempo com a vida ancestral, da vivencia comum ao ambiente com a guerra e os conflitos das aldeias. Não há como o leitor prosseguir em sua investigação junto ao narrador, com base em declarações de índios. Isso torna, no mínimo, a esperança escorregadia, instável e incerta. O escritor utiliza o contrapeso que deixa o leitor na poeira, se este decidir iniciar as investigações baseando-se em fatos palpáveis. (...) “não me peça o que nunca me deram, o preto no branco, a hora certa”. O material que o leitor deverá ter em mãos, é o mesmo que o locutário do bilhete, apenas rumos, relatos de índios e historias orais de alguém que não assinou o que proferiu:

“As histórias dependem antes de tudo da confiança de quem as ouve, e da capacidade de interpretá-las”. (CARVALHO, 2002, p.8).

3.      As personagens:

Uma das personagens importantes em “Nove Noites”, é a do outro engenheiro, o ouvinte de Buell Quain, que o ouviu durante as noites em que se encontraram. Este poderia ser alguém de uma conversa confiável, todavia estava alcoolizado durante as confissões do suicida naquelas noites, colocando em cheque a sua lucidez:

“O que agora lhe conto é a combinação do que ele me contou e da minha imaginação ao longo de nove noites, disse Manoel Perna, mantendo a narrativa na escuridão das nove noites, negando-lhe a possibilidade de vir à luz”. (CARVALHO, 2002, p. 47),

O jornalista manteve em seu domínio uma escritura do falecido direcionada a um fotografo amigo. A carta era escrita em inglês, e estava sob sete chaves até aquela ocasião, e ele não sentia-se preparado ainda para desvenda-la ao seu interlocutor.
As cenas começam a ganhar movimentos quando as personagens começam a interagir entre si. Quando o jornalista vê publicado em um jornal, um artigo no qual relata algo sobre a morte do etnólogo Quain há 63 anos, sua primeira atitude foi a de procurar a antropóloga que escreveu o artigo, de quem esperava receber informações consistentes sobre o caso. Sua busca se intensifica a partir de então, porque nasce-lhe uma espécie de obsessão que o faz sair a procura de Maria Júlia, que havia flertado com Quain, uma moça que lia livros para os velhos no asilo; depois busca dados com o professor Luiz de Castro Faria, que integrou a expedição de Lévi Strauss, e que conhecera Buell Quain; ao próprio Lévi Strauss em entrevista em Paris; ao rapaz que lia histórias para o velho fotógrafo na enfermaria do hospital; aos filhos de Manoel Perna, Francisco e Raimunda e ao filho do fotógrafo nos Estados Unidos... È feita uma verdadeira varredura desde a sua infância em busca de registros e na tentativa de encontrar as dobras do enigma, dando asas aos personagens que marcam o conflito da trama.

4.      O testamento das noites

A escritura noturna secreta que, inclusive, nomeia a obra, está como se fosse uma arma de desvendamento do caso nas mãos do jornalista, no entanto, não lhe serve de ancora, nem de guia, aliás, será que ela ao menos existiu? Os filhos de Manoel Perna “garantiram que ele não deixou nenhum papel ou testamento, nenhuma palavra sobre Buell Quain” (p. 134). O narrador chega a assumir o fato de que, realmente, estas escrituras nunca existiram, o que apimenta ainda mais o desfecho da trama, já que é nesse documento que o leitor passa a se apoiar para o grande desvendamento da obscuridade de Nove Noites.
Por diversas vezes, quando o narrador perpassa de um item para outro na escrita de seu bilhete, ele utiliza a frase “Ninguém nunca me perguntou. E por isso também nunca precisei responder” (páginas 13, 27, 60, 134, 136). Essa atitude narrativa com expressões de uso funcional da linguagem coloca Carvalho na condição de um escritor culto. A aplicação dessas frases repetidas vezes e em pontos intrigantes de enunciados, viabiliza a expressão que traduz a indiferença de quem fala, a busca por uma verdade, faz lançar para fora as lembranças de aventuras as quais nunca havia desejado reviver, tanto quando esteve entre os índios Krahô, quanto quando esteve nos Estados Unidos.

5.      As intenções do narrador

Quando o jornalista procura a antropóloga, é indagado por ela concernente ao seu acentuado interesse pelo caso de Quain. Ele não havia pensando com detalhes sobre isso antes, provavelmente uma resposta que lhe veio à ponta da língua em um plano ficcional, foi produzir um romance, mas não disse; Ela supôs. Ele aceitou a ideia da antropóloga. É possível que Carvalho tenha mantido a ideia de romance para o seu documentário na ficção, já visualizando seu sucesso literário no cenário pós-modernista brasileiro, onde ficou farta a exposição de artistas que passaram a brincar com o espaço, tempo e personagens de forma confusa e que dão ao leitor a necessidade de empreender um maior esforço para viajar nesta plataforma. O narrador deixa claro que, na verdade, havia intenções pessoais no caso Quain, mas, certamente, o romance seria a porta de entrada para sua obcecada pesquisa de campo.
            O trabalho investigativo do narrador inicia-se em busca da verdade sobre o suicida Quain. Aonde há a possibilidade de qualquer informação, por pequena que fosse, oral ou escrita, ele se dispunha a coleta-la. Detalhes comportamentais a respeito de seu objeto de estudos e de sua família passam a deixar o investigador intrigado; a mãe era uma mulher aflita, as cartas a Heloisa Alberto Torres denunciam estranha ansiedade e temor; Quain parecia ter tido uma doença misteriosa? O jornalista tem acesso a muitas das cartas deixadas pelo antropólogo morto, no entanto, varias não foram localizadas. O fato é que a duvida de que Quain sofreu um homicídio ou suicídio permeia o texto até o final do romance e acaba não sendo esclarecido. O pesquisador transcreve parte de uma carta de Manoel Perna à Heloísa Alberto, relatando que as fontes seguras de informações sobre o caso vinham de relatos de índios que conviveram com Quain.
O narrador expõe no quinto texto da narrativa, uma foto de pessoas que conviveram com Buell Quain, no entanto, já não estão mais em vida e, portanto, levaram consigo ao tumulo as informações másters de que precisava. O jornalista vai depositar sua esperança no depoimento do professor Luiz de Castro Farias, um dos poucos vivos que conhecera o etnólogo, porem este contribui muito pouco para sua pesquisa. (p. 32). As informações colhidas em todas as suas fontes são breves, indecisas, incertas e passivas de serem verdadeiras ou falsas.
           
6.      Retrospectivas da infância do narrador

Em meio a esta busca de volta ao passado, de repente o narrador faz uma pausa nas investigações dos testamentos e começa a narrar uma retrospectiva de sua vida na época de infância, em cuja região morava também o seu amigo morto Buell Quain. O jornalista abandona, por um momento, o foco investigativo e traz ao leitor um pouco de conhecimento sobre a sua vida, comportamento bem típico dos escritores pós-modernistas. Em sua saga, o narrador conta suas aventuras ao lado de seu pai, um homem inconsequente que estava sempre invadindo o território indígena a procura de desbravar as terras, e levando consigo o futuro narrador, ainda criança. Em suas lembranças tão indecisas quanto o romance, ele descreve uma casa verde, uma estrada que não leva a lugar algum, um caminho que vai para onde não se sabe e uma escrita imprevisível dentre muitas outras posições instáveis.
            Uma passagem textual onde mostra nitidamente toda esta imprecisão envolvida na narrativa é quando o jornalista busca respostas para o significado do nome “Cãmtwyon”, apelido que os índios Krahô haviam colocado em Quain, e tem sua imprecisão nas respostas de um casal de índios estudado. O casal lhe explicou que "twyon" quer dizer lesma, o caracol e seu rastro. O antropólogo de São Paulo que ajudara o jornalista a chegar a aldeia, já havia lhe explicado que “cãm” era presente e que os nomes dos índios nem sempre querem dizer alguma coisa e, sobretudo, nada tem a ver com a personalidade da pessoa nomeada. (p.80). Neste caso, o leitor fica sem a resposta da combinação dessas palavras, assim como do significado de “Cãmtwyon”.
            A estadia do jornalista entre os krahô na (p.95), tinha a finalidade de entrevistar o velho Diniz, o único entre os índios que conhecera pessoalmente o etnólogo Quain. No entanto, sua insistência pela tão obcecada entrevista causa um clima de desconfiança entre os índios devido à preocupação de que o passado fosse trazido à tona e de que alguém dentre eles passasse a ser penalizado. O clima fica bastante tenso para o leitor diante desta aproximação da ficção com a realidade dentro desse conflito. O que torna tudo mais estrutural e estilisticamente interessante é que, no fim das contas, a tal entrevista não ajudou mais do que as outras fontes que o jornalista possuía e, além disso, havia erros nos dados com relação à fonte oficial, que também não se sabe qual é.
            O conflito dessa parte da narrativa é cativante porque faz surgir a pergunta: em que resultou a viagem do jornalista aos Krahô? Afinal, ele detestava aquele lugar que o assemelhou muitas vezes a um inferno onde viveu quando criança nas andanças com seu pai, e a agora se vê ali, procurando saídas e peças para sua pesquisa e não encontra, repetindo frustrações suas do passado e conhecendo coisas sobre os sofrimentos dos quais Quain possa um dia ter sofrido disso até a morte.

7.      Desfecho

O romance toma um rumo de ficção, finalmente, quando o jornalista resume a historia de Manuel Perna. A relação da historia agonizante de seu pai desfalecendo em um leito hospitalar com a de um homem norte americano que falecia de câncer aos 80 anos de idade numa cama ao lado. Este, dizia esperar alguém, era o fotografo que foi amigo de Buell Quain há 63 anos, e a pessoa que dizia esperar, provavelmente, fosse o próprio Quain. Interpreta-se, assim, porque o velho confunde o jornalista com o amigo que está esperando e chama-lhe de “Bill”.

"Quem diria? Bill Cohen! Até que enfim! Rapaz, você não sabe há quanto tempo estou esperando" (p. 146).

Em seguida, morreu.

Depois de muitos anos, quando o jornalista vê publicado em um jornal um artigo sobre Buell Quain, faz a associação com as palavras “Bill Cohen” que o velho havia lhe pronunciado antes de morrer e, a partir dai, segue a procura da família do finado Norte Americano nos Estados Unidos, pois ainda estava muito interessado em saber mais sobre os acontecimentos com o falecido etnólogo Quain.
Ao chegar aos Estados Unidos, o jornalista enfrenta muitas dificuldades em sua busca, pois, apesar de depositar suas esperanças em uma apresentadora que era especialista em casos semelhantes ao seu (p.155), foi justamente no momento do ataque as torres gêmeas “World Trade Center” em Nova York e o contato foi perdido. Muitas tentativas de contatos através de cartas foram feitas pelo jornalista a todos os que tinham um sobrenome Kaiser e Quain da lista telefônica nos EUA, mas foi inútil também, porque justamente naquela época, havia uma praga de bactérias assassinas que chegavam às pessoas por intermédio de cartas rodeando o mundo e, por isso, nem os correios as entregavam aos destinatários e quando as entregavam, os destinatários não as liam com medo do contato com as bactérias.
O contato feito com Schlomo Parsons, filho do falecido Norte Americano por via de cartas foi possível, mas pessoalmente o homem evitava recebe-lo. Talvez por medo. Diante de tudo isso, o jornalista vê-se, então, encurralado e obrigado a transformar sua pesquisa jornalística em uma obra de ficção, como havia dito em muitos lugares anteriormente que faria, mesmo que sem intensão. Esta era a única saída para não deixar perdido todo o seu esforço e busca pelo caso Quain (p.157).
Apesar de tudo, o jornalista conseguiu, finalmente, formar contato com Schlomo Parsons. Pega o avião a parte para Nova York, porem já decidido sobre fazer o seu romance. Para ele, por mais que aparecesse uma verdade absoluta sobre tudo, esse romance não deixaria de ser publicado, mesmo que ele tivesse de amarrar a verdade na ficção de forma que caminhassem juntas, muito embora alguém nunca pudesse compreendê-la, já que ele também não havia compreendido.
O jornalista declara que: “A ficção começou no dia em que botei o pé nos Estados Unidos” (p. 158).
Apesar da conversa com o Norte Americano e das fotos que viu, da aproximação da verdade ao olhar imagens antigas que pareciam ser de Buell Quain, estava decidido a transformar tudo em ficção. Nada mais do que escrevesse a partir dali seria tido como verdade.

8.      Conclusão

O romance termina, então, quando acaba de ser iniciado. Parece cômico, mas é justamente essa contrariedade, a dinâmica que há entre o real e o ficcional, que faz com que Bernardo Carvalho seja uma autoridade do pós-modernismo brasileiro. Toda essa transposição da realidade a ficcionalidade, toda essa estrutura é proposital e foi elaborada pelo autor com fins lúdicos. O leitor é induzido a associar e a dissociar o autor à obra por diversas vezes a propósito.
Nove Noites é, portanto,  uma espécie de metaficção historiográfica, uma construção que leva, não a um desfecho previsível e saciador, mas a uma leitura que induz possibilidades de alternativas que, em sua maioria, são frustrantes, mas que dá ao leitor sempre um pé para um recomeço.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Bernardo. Nove noites. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
2002.
SILVA, Jhonatan Rodrigues Peixoto da. Nove noites, de Bernardo Carvalho: a questão do autor e as vozes narrativas (Bolsista do Programa de Apoio à Pesquisa da Uniabeu (PROAPE) 2013
BOTELHO, Lucas Cavalcante. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

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